Janita Salomé

27 de maio, 22h

Centro Cultural de Paredes de Coura

· Concertos,2022

Natural da vila alentejana de Redondo, Janita, como ficará afetuosamente conhecido, é em 1980 recrutado por Zeca Afonso para o acompanhar em palco, profissionalizando-se como músico. Grava o seu primeiro disco em nome próprio: «Melro» (1980), onde explora já a tradição musical alentejana mas, numa inesperada opção, regista igualmente fados de Coimbra, cujo gosto o pai lhe incutira. 

Em 1981 tudo se torna claro quando, durante uma estada em França, Janita descobre a música da África árabe (Marrocos, Argélia) e é aí que encontra a estrela que norteará a sua música: a procura dos laços que unem a tradição popular alentejana com a música tradicional árabe. Este será o rumo que explora nos discos que se seguiram: «A Cantar ao Sol» (1983, Sete de Ouro e Prémio Revelação das revistas Música e Som e Nova Gente), «Lavrar em Teu Peito» (1985) e «Olho de Fogo» (1987, Troféu Nova Gente para o melhor intérprete masculino de música ligeira).

Janita explora também o teatro, como compositor e ator no grupo A Barraca. Em 1991, volta ao Fado de Coimbra, com «A Cantar à Lua», e forma com Filipa Pais e os irmãos Carlos e Vitorino os «Lua Extravagante». «Raiano» (1994) explora a sua faceta urbana. Este disco valeu-lhe o Prémio Blitz 94 para Melhor Voz Masculina. Em 2000, regressa com o álbum coletivo «Vozes do Sul», um trabalho de homenagem ao cante alentejano, composto por modas tradicionais. Este trabalho recebe o prémio José Afonso 2001, atribuído ao melhor álbum de música de inspiração popular portuguesa desse ano. 

Seguem-se «Tão Pouco e Tanto», «Vinho dos Amantes» e «Em nome da rosa», galardoado pela SPA com o «Prémio Pedro Osório»; Muxima: homenagem ao Duo Ouro Negro (2010) (com Filipa Pais, Rita Lobo e Yami); Moda impura (2012) (com Vitorino e Cantadores de Redondo, com algumas letras de António Lobo Antunes); Em nome da rosa (2014); e Valsa dos poetas (2018). 

Ficha artística:

Janita Salomé - Voz

Ruben Alves - Piano